Arquivo mensal 23 de dezembro de 2016

porDr. Alexandre

Laboratório Maxwell tem artigo com técnica inovadora de detecção de câncer cerebral infantil publicado em importante periódico internacional Qualis A

Imagine se fosse possível diagnosticar uma criança com câncer cerebral ainda em estágio inicial da doença, dando-lhe grandes chances de sobrevida? É exatamente isso que os pesquisadores do Laboratório Maxwell do Instituto Federal de São Paulo estão propondo através de uma técnica inovadora.

Hoje o Câncer Cerebral Infantil é um dos maiores problemas de saúde pública mundial, inclusive quando se destaca o grande aumento do número de casos, dando a toda comunidade acadêmica, um alerte de que algo precisa ser feito [1], [2].

Sabe-se que esse aumento no número de casos de câncer cerebral infantil acomete uma a cada 250 crianças, sobretudo devido a exposição a mais de 85.000 agentes químicos industrializados, onde menos de 45% são submetidos a testes toxicológicos básicos [3], [4], [5], [6], [7], [8].

 Com o intuito de aumentar as chances destas crianças, vitimadas por esta doença, é necessário que seja implementado programa de controles da produção de agentes tóxicos, campanhas de saúde pública que promovam atividades físicas e alimentação mais saudável e sobretudo, o estudo de novas e mais acessíveis técnicas de diagnóstico por imagens de micro-ondas, que possam reduzir o tempo entre o início do câncer e a sua detecção [5], [9], [10].

É exatamente nesse último ponto que os pesquisadores do Laboratório Maxwell estão trabalhando e obtiveram o primeiro grande triunfo no combate ao câncer cerebral infantil. Esta vitória foi alcançada através da publicação do artigo intitulado “A High Directive Koch Fractal Vivaldi Antenna Design for Medical Near-field Microwave Imaging Applications”, ou do português “Uma Antena Antipodal Vivaldi de Alta Diretividade com Fractais de Koch para Aplicações de Imagens Médicas por Micro-ondas de Campo Próximo”, em um dos mais respeitados periódicos internacionais de micro-ondas e chancelado pela Capes como Qualis A, o Microwave and Optical Technology Letters da Wiley, no último dia 22 de dezembro.

Parabéns a todos os pesquisadores envolvidos e a toda comunidade acadêmica do Campus Suzano do IFSP.

O artigo está disponível em:

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/mop.30293/abstract


Referências

[1] BARON, M. C. Advances in care of children with brain tumors. Journal of Neuroscience Nursing, Glenview, v. 23, n. 1, p. 39-43, Feb. 1991.

[2] KLEIHUES, P. et al. The WHO Classification of Tumors of the Nervous System. Journal of Neuropathology & Experimental Neurology, v. 61, n. 3, p. 215-225, Mar. 2002.

[3] LANDRIGAN, Philip J.; GARG, Anjali. Chronic effects of toxic environmental exposures on children’s health. Journal of Toxicology: Clinical Toxicology, v. 40, n. 4, p. 449-456, 2002.

[4] STEUBER, C. P.; NESBIT JR, M. E. Clinical assessment and differential diagnosis of the child with suspected cancer. Principles and practice of pediatric oncology. 3rd ed. Philadelphia: Lippincont-Raven, p. 129-39, 1997.

[5] LANDRIGAN, Philip J. et al. Children’s health and the environment: public health issues and challenges for risk assessment. Environmental health perspectives, v. 112, n. 2, p. 257, 2004.

[6] HUBAL, EA Cohen et al. Children’s exposure assessment: a review of factors influencing Children’s exposure, and the data available to characterize and assess that exposure. Environmental health perspectives, v. 108, n. 6, p. 475, 2000.

[7] DAMSTRA, Terri. Potential effects of certain persistent organic pollutants and endocrine disrupting chemicals on the health of children. Journal of Toxicology: Clinical Toxicology, v. 40, n. 4, p. 457-465, 2002.

[8] GOLDMAN, Lynn R.; KODURU, Sudha. Chemicals in the environment and developmental toxicity to children: a public health and policy perspective. Environmental health perspectives, v. 108, n. Suppl 3, p. 443, 2000.

[9] JEMAL, Ahmedin et al. Global cancer statistics. CA: a cancer journal for clinicians, v. 61, n. 2, p. 69-90, 2011.

[10] CHEW, Kim Mey et al. Human Brain Microwave Imaging Signal Processing: Frequency Domain (S-parameters) to Time Domain Conversion. Engineering, v. 5, n. 05, p. 31, 2013.

porDr. Antonio Mendes de Oliveira Neto

Grupo anuncia projeto para lançar uma sonda brasileira para orbitar a Lua.

No último dia 29/11, na Escola de Engenharia de São Carlos da USP, foi apresentado o projeto Garatéa, um ambicioso projeto que irá colocar uma sonda brasileira em órbita da Lua até 2020, e o grupo de cientistas e engenheiros que já estão trabalhando para que isto aconteça. O grupo conta com membros do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), da USP (Universidade de São Paulo), do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), do LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), do Instituto Mauá de Tecnologia e da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).

Utilizando-se de uma nova geração de satélites (os cubesats),  o grupo espera realizar diversos tipos de experimentos envolvendo astrobiologia, onde alguns microorganismos terrestres serão estudados durante a exposição a radiação. O cubesat brasileiro irá pegar carona em um lançador indiano PSLV-C11 , em uma parceria envolvendo as agências espaciais europeia (ESA) e do Reino Unido (UK Space Agency).

Na foto, pode-se observar uma concepção artística da nave mãe, contendo diversos cubesats. A nave mãe fornecerá o suporte de comunicação entre a Terra e os cubesats.

Fonte: Missão Garatéa

porDr. Alexandre

De Rømer a Michelson, o Fascinante Estudo da Velocidade da Luz

De acordo com Philip Gibbs, do Departamento de Matemática da Universidade da Califórnia, apoiado nos escritos de ficção científica de Isaac Asimov [1], em uma visão romântica da ciência, a velocidade da luz é representada pela letra minúscula c, pois origina-se da primeira letra da palavra velocidade em Latim, celeritas.

Hoje, é possível notar que a determinação da velocidade da luz, está sendo o fruto de muita curiosidade e pesquisa. Foi inicialmente creditada a Ole Rømer (1644-1710), astrônomo dinamarquês que em 1676 (340 anos atrás) demonstrou, no observatório Real em Paris, que a luz possui uma velocidade finita, contrariando a ideia que viajava instantaneamente.

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Durante suas observações de Io, satélite de Júpiter, Ole Rømer percebeu que existia um atraso, que ele comunicou em um congresso científico justificando que seria devido ao fato de que a luz não viajava instantaneamente, mas que possuía uma velocidade, embora finita, muito alta. Rømer apresentou, com base em experimentos e medidas, um valor bem abaixo da velocidade da luz conhecida hoje, entretanto, foi considerada como a primeira determinação científica da velocidade da Luz.

Inclusive hoje (7), o portal de busca Google, está homenageando o trabalho de  Rømer e seu 340° aniversário, com um divertido doodle, ilustração de capa do portal, em que apresenta um lampejo do que poderia ter sido o momento exato da descoberta de que a luz possuía velocidade finita.

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Muitos anos mais tarde, o astrônomo inglês James Bradley (1693-1762), apresentou seu trabalho de cálculo da velocidade da luz, em 1728, cujo valor é ligeiramente menor que o aceito hoje em dia.

Muitos outros cientistas depois de Rømer, trabalharam nesta seara e apresentaram outras aproximações, entretanto o valor de c aceito atualmente é de 299.792 km/s e foi determinado com base nos trabalhos do físico norte-americano  Albert Michelson (1852-1931).


Referências:

[1] Isaac Asimov “C for Celeritas” in “The Magazine of Fantasy and Science Fiction”, Nov-59 (1959), reprinted in “Of Time, Space, and Other Things”, Discus (1975), and “Asimov On Physics”, Doubleday (1976)

porDr. Alexandre

Novo Satélite Brasileiro para Comunicações das Forças Armadas e Ampliação da Internet Banda Larga

Na quinta-feira (1), o Brasil alcançou um novo marco, o de estar entre as nações que possuem seu próprio satélite para comunicações da área de defesa. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao lado de Antonio Loss, presidente da Telebras, recebeu, em Cannes na França, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), que será aplicado a operações exclusivamente do governo federal e por ele será integralmente controlado.

“Esse Satélite está pronto e, quando for lançado em órbita, em 2017, terá a função civil, que é levar a banda larga a todos os brasileiros, acabando, assim, com a exclusão. Na área militar, vai nos assegurar a soberania e impedir que ocorram casos de espionagem. Isso tudo representa um grande salto de inclusão social do Oiapoque ao Chuí, da Cabeça do Cachorro a Fernando de Noronha” Raul Jungmann

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Créditos: Ministério da Defesa

O SGDC é fruto de uma parceria dos ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, e teve investimentos de aproximadamente R$ 2,1 bilhões, ao ser adquirido pela Telebras. Este satélite irá operar na Banda Ka¹ para operações governamentais e também para a implantação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Irá operar também na Banda X², para aplicações exclusivas das forças armadas.

Ao entrar para o seleto grupo de países que operam seu próprio satélite geoestacionário, o Brasil terá sua capacidade operacional das Forças Armadas expandidas pelo SGDC, por exemplo, durante as operações conjuntas nas regiões de fronteira terrestre, no controle do espaço aéreo, ou mesmo em eventuais operações de resgate em alto mar.

“Esse primeiro satélite representa um salto enorme em termos de comunicações de defesa, ampliará a nossa capacidade de forma segura e, por isso, representa um enorme avanço ao País”Raul Jungmann

(1) Banda Ka – faixa do microondas entre 27 e 40 GHz.

(2) Banda X – faixa do microondas entre 8 e 12 GHz.

Fonte : Ministério da Defesa