Imagine se fosse possível diagnosticar uma criança com câncer cerebral ainda em estágio inicial da doença, dando-lhe grandes chances de sobrevida? É exatamente isso que os pesquisadores do Laboratório Maxwell do Instituto Federal de São Paulo estão propondo através de uma técnica inovadora.
Hoje o Câncer Cerebral Infantil é um dos maiores problemas de saúde pública mundial, inclusive quando se destaca o grande aumento do número de casos, dando a toda comunidade acadêmica, um alerte de que algo precisa ser feito [1], [2].
Sabe-se que esse aumento no número de casos de câncer cerebral infantil acomete uma a cada 250 crianças, sobretudo devido a exposição a mais de 85.000 agentes químicos industrializados, onde menos de 45% são submetidos a testes toxicológicos básicos [3], [4], [5], [6], [7], [8].
Com o intuito de aumentar as chances destas crianças, vitimadas por esta doença, é necessário que seja implementado programa de controles da produção de agentes tóxicos, campanhas de saúde pública que promovam atividades físicas e alimentação mais saudável e sobretudo, o estudo de novas e mais acessíveis técnicas de diagnóstico por imagens de micro-ondas, que possam reduzir o tempo entre o início do câncer e a sua detecção [5], [9], [10].
É exatamente nesse último ponto que os pesquisadores do Laboratório Maxwell estão trabalhando e obtiveram o primeiro grande triunfo no combate ao câncer cerebral infantil. Esta vitória foi alcançada através da publicação do artigo intitulado “A High Directive Koch Fractal Vivaldi Antenna Design for Medical Near-field Microwave Imaging Applications”, ou do português “Uma Antena Antipodal Vivaldi de Alta Diretividade com Fractais de Koch para Aplicações de Imagens Médicas por Micro-ondas de Campo Próximo”, em um dos mais respeitados periódicos internacionais de micro-ondas e chancelado pela Capes como Qualis A, o Microwave and Optical Technology Letters da Wiley, no último dia 22 de dezembro.
Parabéns a todos os pesquisadores envolvidos e a toda comunidade acadêmica do Campus Suzano do IFSP.
O artigo está disponível em:
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/mop.30293/abstract
Referências
[1] BARON, M. C. Advances in care of children with brain tumors. Journal of Neuroscience Nursing, Glenview, v. 23, n. 1, p. 39-43, Feb. 1991.
[2] KLEIHUES, P. et al. The WHO Classification of Tumors of the Nervous System. Journal of Neuropathology & Experimental Neurology, v. 61, n. 3, p. 215-225, Mar. 2002.
[3] LANDRIGAN, Philip J.; GARG, Anjali. Chronic effects of toxic environmental exposures on children’s health. Journal of Toxicology: Clinical Toxicology, v. 40, n. 4, p. 449-456, 2002.
[4] STEUBER, C. P.; NESBIT JR, M. E. Clinical assessment and differential diagnosis of the child with suspected cancer. Principles and practice of pediatric oncology. 3rd ed. Philadelphia: Lippincont-Raven, p. 129-39, 1997.
[5] LANDRIGAN, Philip J. et al. Children’s health and the environment: public health issues and challenges for risk assessment. Environmental health perspectives, v. 112, n. 2, p. 257, 2004.
[6] HUBAL, EA Cohen et al. Children’s exposure assessment: a review of factors influencing Children’s exposure, and the data available to characterize and assess that exposure. Environmental health perspectives, v. 108, n. 6, p. 475, 2000.
[7] DAMSTRA, Terri. Potential effects of certain persistent organic pollutants and endocrine disrupting chemicals on the health of children. Journal of Toxicology: Clinical Toxicology, v. 40, n. 4, p. 457-465, 2002.
[8] GOLDMAN, Lynn R.; KODURU, Sudha. Chemicals in the environment and developmental toxicity to children: a public health and policy perspective. Environmental health perspectives, v. 108, n. Suppl 3, p. 443, 2000.
[9] JEMAL, Ahmedin et al. Global cancer statistics. CA: a cancer journal for clinicians, v. 61, n. 2, p. 69-90, 2011.
[10] CHEW, Kim Mey et al. Human Brain Microwave Imaging Signal Processing: Frequency Domain (S-parameters) to Time Domain Conversion. Engineering, v. 5, n. 05, p. 31, 2013.