O Simpósio de Dispositivos de Assistência Ventricular e Coração Artificial será realizado a partir do dia 23 de março e é uma realização do Laboratório de Automação para a Vida – LAV e do Laboratório de Bioengenharia e Biomateriais, ambos do IFSP, com a parceria e apoio da Escola Politécnica da USP e do Instituto de Cardiologia do Estado de São Paulo, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e da Sociedade Latino Americana de Biomateriais, Engenharia de Tecidos e Órgãos Artificiais.
Com intuito de debater importantes assuntos correlatos a área de órgãos artificiais, o LAV estará promovendo quinta edição deste que vem se tornando o evento de referência na América Latina sobre o tema.
Para sabermos um pouco mais sobre esse proeminente evento, segue uma entrevista concedida com exclusividade ao #LabMax pelo Dr. Tarcisio Leão, cientista líder do LAV e membro da equipe de organizadores do simpósio.
#LabMax – Dr. Tarcisio, poderia explicar o que vem a ser Dispositivos de Assistência Ventricular e Coração Artificial ?
Dr. Tarcisio – São equipamentos que permitem restabelecer a função de bombeamento do coração em pessoas que são diagnosticadas com insuficiência cardíaca. Quando essas pessoas são refratárias às outras terapias, tal como os fármacos, as opções de tratamento são o transplante e, ou, os dispositivos de assistência ventricular (DAV) ou coração artificial. A diferença entre DAV e coração artificial é que este último realiza toda a função de bombeamento do coração em um dispositivo, enquanto que o primeiro realiza a função de um único ventrículo. O DAV ou coração artificial pode ser usado como uma ponte para o transplante cardíaco, ou como apontam os últimos resultados, como terapia de destino (manter a vida do paciente com o DAV permanentemente).
#LabMax – Como surgiu o interesse pelo desenvolvimento de pesquisa sobre esse tema?
Dr. Tarcisio – Surgiu com a oportunidade de desenvolver um projeto de iniciação científica sobre o controle dos motores que são utilizados nestes dispositivos, em 2008, sob a orientação do Prof. Eduardo Bock, do IFSP, Campus São Paulo. Desde então, trabalhei nestes projetos na especialização, mestrado e, por fim, no doutorado, que realizei no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Agora meu interesse é despertar mais interessados e avançar nas pesquisas na área.
#LabMax – Qual é o objetivo do 5° Simpósio de Dispositivos de Assistência Ventricular e Coração Artificial de 2017?
Dr. Tarcisio – Promover o encontro e troca de experiências entre os pesquisadores que trabalham no Projeto Temático financiado pela FAPESP, mas, principalmente, divulgar os avanços que cada pesquisador alcançou como motivação para novos alunos e pesquisadores. Este tema tem relevância social, afinal, são 300 mil mortes por ano por doenças do sistema circulatório, e há uma grande necessidade de desenvolver tecnologias para apoiar os tratamentos. Não há como imaginar avanços nessa área sem contar com especialistas acompanhando as mais recentes pesquisas, nesse sentido, o Simpósio desempenha importante papel. É um objetivo, também, apontar novos rumos e soluções para os temas relativos aos DAV e coração artificial.
#LabMax – Como surgiu a ideia do evento e quem são os organizadores?
Dr. Tarcisio – O Instituto Federal de São Paulo têm participado ativamente do desenvolvimento do Projeto Temático, juntamente com a Escola Politécnica da USP e o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, então sugerimos levar a 5ª Edição do Simpósio para o Campus São Paulo. A ideia foi muito bem recebida pela coordenação do Projeto, os Professores José Roberto Cardoso e Aron José Pazin de Andrade, e desde então o Prof. Eduardo Bock, eu e o Prof. Sérgio Araki e mais uma grande equipe estamos trabalhando para tornar esse evento numa grande oportunidade de novos projetos e um debate científico de qualidade.
#LabMax – Como foram as edições anteriores?
Dr. Tarcisio – A primeira edição ocorreu em 2010, na Escola Politécnica da USP, contando com a participação dos pesquisadores e os alunos da USP. As edições seguintes foram realizadas no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, como parte da agenda de eventos desta instituição. Nestas edições a participação de alunos de outras instituições aumentou e o contato com os médicos da área se estreitou.
#LabMax – Quais as expectativas sobre o evento?
Dr. Tarcisio – Esperamos uma expressiva participação dos alunos. Já temos inscrições de alunos de variadas instituições, o que nos deixa muito contente e aumenta nossa responsabilidade na organização. O debate científico, sem dúvida, nosso principal objetivo, é a nossa maior expectativa, pois sabemos que será a partir dele que motivaremos nossos alunos e que seguiremos mais firmes nas pesquisas.
Nós do #LabMax agradecemos, reconhecemos e parabenizamos ao Dr. Tarcisio, e a todo o LAV, assim como aos cientistas do BIOENG e demais instituições parceiras, por esta relevante iniciativa que trará maior qualidade de vida a população brasileira, como um todo!
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