Dezembro de 2016, os pesquisadores do #LABMAX aguardam ansiosos o resultado da cultura de colônia de bactérias Saccharomyces cerevisiae. Quando abrem a estufa, 72 horas depois de inseridas as placas de Petri contendo o caldo gelatinoso de triptona de soja, observam que as Placas de Controle estavam tomadas de Unidades Formadoras de Colônias, como ilustram as imagens:
Momentos depois veio a enorme surpresa! Ficamos todos atordoados quando ao sacar da estufa as placas de cultura, cuja solução incubadora havia sido exposta a Radiação de Micro-ondas, com um número relativamente menor de UFC´s, chegando em alguns casos a taxas de 99% de redução, como ilustra a figura a seguir, onde obteve-se esse resultado com apenas 10 segundos de exposição a radiação de Micro-ondas.
A partir destes resultados, uma série de esforços foram realizados para tentarmos entender o que realmente havia ocorrido com os micro-organismos. Destes esforços surge o primeiro a tese de que, apesar de terem suas estruturas preservadas. as bactérias sofreram uma leve alteração em seu metabolismo, pela sintetização artificial de Peróxido de Hidrogênio, através do que mais tarde entendemos ser uma espécie de Síntese por Micro-ondas.
já no início de 2017 iniciamos a produção de um artigo acadêmico com o intuito de compartilhar este feito com nossos pares e após uma série de etapas de revisão, fomos informados hoje (17) que nosso artigo havia sido aceito por um dos mais respeitados periódicos internacional de Micro-ondas, indexado, da John Wiley & Sons, Inc., editora internacional, com sede em Nova Jersey, EUA e o periódico é o: Microwave and Optical Technology Letters, que possui hoje um Impact factor na área de Engenharia Elétrica de 0.948.
Esse Trabalho só foi possível, graças a uma excelente rede de colaboração, gerida pelo LABMAX e formada por pesquisadores, nacionais e internacionais, sendo eles:
Dr. Alexandre Maniçoba de Oliveira
Laboratório Maxwell – IFSP Campus Cubatão
Dr. João Francisco Justo
Laboratório de Micro-eletrônica do PSI – EPUSP
Dr. Marcelo Bender Perotoni
UFABC
Drª Mª Raquel Manhani
IFSP Campus Suzano
Dr. Robson H. Cipriano Maniçoba
Departamento de Ciências e Tecnologia da UESB
Dr. Alexandre Jean R. Serres
Laboratório de Eletromagnetismo da UFCG
Dr. Henri Baudrand
Instituto Nacional Politécnico de Toulouse
Segue a primeira página do paper:
Para alcançarmos este feito, muito trabalho foi realizado ao longo dos últimos anos e isso se deve a parceria com estes renomados pesquisadores, a muito trabalho, paciência e determinação.
Ao longo desta pesquisa, surgiu uma hipótese: Uma vez que à radiação de micro-ondas apresentou nestes organismos, como resíduo oriundos dos efeitos não-térmicos, o Peróxido de Hidrogênio e levando em consideração que o gênero Streptococcus é incapaz de produzir a enzima catalase, responsável pela clivagem desta molécula, o mesmo é inativado e seundo Dajani et al. (1997), endocardites bacterianas são fortemente associadas a este gênero. Não obstante, inferiu-se desta forma, a possibilidade de aplicar esta técnica, de redução por micro-ondas, como tratamento auxiliar da endocardite Bacteriana. Desta hipótese, surgiu a parceria com o Laboratório de Automação para a Vida – LAV, do IFSP Campus São Paulo, chefiado pelo pesquisador Dr. Tarcísio Leão, o que deu origem a um artigo no 5º Simpósio do Coração Artificial do IFSP.
Vamos em frente, trabalhando para tornar essa tecnologia e realidade, para usufruto do povo brasileiro, verdadeiro motivo de nossas pesquisas.
Redução por Micro-ondas, Esterilização por Micro-ondas, Palm Tree, LABMAX, LAV
Sobre o Autor